Categorias 27/12/2025

Expositores inteligentes: giro e margem

Como expositores inteligentes transformam informação em estratégia de exposição no ponto de venda

No varejo atual, em que cada metro linear precisa gerar resultado, os expositores deixam de ser apenas estruturas físicas e passam a funcionar como plataformas estratégicas de rentabilidade. Por isso, utilizar dados de giro e margem para definir o layout não é apenas uma boa prática: torna-se um diferencial competitivo. Em vez de organizar produtos apenas por estética ou costume, o lojista pode combiná-los de acordo com indicadores reais de desempenho, ampliando vendas, otimizando estoques e reduzindo rupturas.


O que são expositores inteligentes?

Expositores inteligentes são aqueles planejados com base em informação. Em outras palavras, não se trata apenas de escolher um móvel bonito, mas de definir quais categorias, linhas e tamanhos ocuparão cada nível de prateleira a partir de dados concretos, como:

  • Giro de estoque (velocidade de venda);
  • Margem de contribuição;
  • Ticket médio gerado;
  • Participação daquela categoria no faturamento total;
  • Perfil de compra do público atendido.

Assim, em vez de expor todos os itens com o mesmo destaque, o layout passa a refletir a relevância econômica de cada produto para a loja.


O papel do giro na organização do layout

O giro indica com que velocidade determinada referência sai do estoque. Portanto, produtos de alto giro merecem mais frentes de exposição, melhor posicionamento e reposição constante. Dessa forma, é mais fácil evitar ruptura, principalmente em datas sazonais ou períodos de maior fluxo.

Em corredores e gôndolas, os itens com maior giro devem estar:

  • Em altura de olhos ou mãos, facilitando o acesso;
  • Próximos à entrada ou a zonas de grande circulação;
  • Acompanhados de sinalização clara, que facilite a identificação da categoria.

Já os produtos de giro mais lento não precisam, necessariamente, ser escondidos. Pelo contrário: podem ser combinados com itens líderes para aumentar a atratividade. Ainda assim, é possível posicioná-los em níveis intermediários ou inferiores, em áreas de menor pressão de reposição, mas sempre conectados a um contexto de uso.


Como a margem influencia o espaço de exposição

Além do giro, a margem de lucro é determinante para o desenho do layout. Em muitas categorias, existem produtos que geram um resultado financeiro mais robusto, mesmo com menor volume de vendas. Por isso, além de analisar a velocidade de saída, é essencial observar quais linhas contribuem de forma mais significativa para a rentabilidade da loja.

De modo geral:

  • Itens com boa margem e giro consistente devem ocupar áreas nobres do expositor;
  • Produtos de margem alta e giro médio podem ser trabalhados com comunicação adicional, kits e sugestões de uso;
  • Referências de margem baixa, mas necessárias para o sortimento, podem ficar em áreas complementares, servindo como porta de entrada para linhas mais rentáveis.

Dessa maneira, o layout passa a equilibrar volume e valor, sustentando tanto o faturamento quanto a lucratividade.


Cruzando giro e margem: a matriz para decidir o layout

Ao cruzar giro e margem, a equipe de gestão de categoria pode organizar o mix em quatro grandes grupos, o que facilita a tomada de decisão sobre o layout:

  1. Alto giro / Alta margem
    São os “campeões” da categoria. Portanto, merecem mais frentes, melhor posicionamento e apoio de comunicação visual. É estratégico colocá-los em pontos de grande fluxo, próximos a categorias relacionadas.
  2. Alto giro / Baixa margem
    Funcionam como produtos de atração. Ainda que a margem seja menor, ajudam a gerar tráfego e volume de vendas. Assim, podem estar em destaque, mas acompanhados de itens de maior margem na vizinhança, favorecendo o cross-selling.
  3. Baixo giro / Alta margem
    Precisam de estímulo adicional. Em vez de ocuparem áreas centrais, podem ser posicionados ao lado de produtos líderes, em pontas de gôndola temáticas ou em composições que mostrem claramente o benefício agregado.
  4. Baixo giro / Baixa margem
    Exigem atenção. Quando são essenciais para o sortimento, podem ficar em áreas de apoio, com menor número de frentes, evitando imobilização excessiva de estoque. Caso contrário, vale reavaliar sua permanência no mix.

Esse tipo de análise, quando aplicada aos expositores, permite transformar dados em decisões práticas de layout.


A importância da hierarquia visual no ponto de venda

Depois de definir o papel de cada produto na matriz de giro e margem, o próximo passo é traduzir isso em hierarquia visual. Em outras palavras, é necessário que o expositor “conte uma história” clara para quem circula pela loja.

Por isso, é recomendável:

  • Destacar visualmente os itens de maior relevância, com melhor iluminação, posição central e maior quantidade de frentes;
  • Manter a organização por família, tamanho e cor, mas sempre respeitando a lógica econômica da categoria;
  • Utilizar expositores modulares, que permitam ajustes rápidos conforme a performance dos produtos.

Assim, o cliente enxerga a oferta de forma intuitiva, enquanto o lojista aproveita melhor o potencial de cada metro de exposição.


Monitoramento contínuo e ajustes no layout

Embora a definição inicial do layout seja importante, expositores realmente inteligentes dependem de acompanhamento constante. Conforme as campanhas sazonais, a entrada de novas coleções e as mudanças de comportamento de compra, o desempenho de cada produto pode se alterar.

Portanto, é fundamental:

  • Revisar periodicamente os dados de giro e margem;
  • Ajustar o espaço de exposição de acordo com o desempenho real;
  • Testar variações de layout (frentes, altura, combinação de cores) e observar o impacto em vendas;
  • Registrar resultados para embasar as decisões seguintes.

Dessa forma, o expositor não fica estático: ele evolui junto com a demanda e com o planejamento da categoria.


Benefícios de decidir o layout com base em dados

Quando a definição de layout é orientada por giro e margem, o ponto de venda tende a apresentar ganhos consistentes, como:

  • Melhor aproveitamento de espaço e mobiliário;
  • Redução de rupturas em itens de maior saída;
  • Maior exposição de produtos rentáveis;
  • Facilidade para planejar campanhas, kits e ações sazonais;
  • Aumento da percepção de organização e profissionalismo por parte do cliente final.

Além disso, o alinhamento entre equipe de compras, marketing e operação de loja torna-se mais simples, uma vez que todos passam a falar a mesma “língua”: a dos indicadores.


Conclusão: do dado à prática no expositor

Em síntese, expositores inteligentes nascem da combinação entre informação e execução. Ao utilizar dados de giro e margem para decidir o layout, o lojista não depende apenas de intuição ou tradição. Pelo contrário, consegue construir um ponto de venda mais estratégico, em que cada prateleira, nicho e gancheira tem um papel definido no resultado.

Assim, o expositor deixa de ser apenas um suporte de produtos e passa a atuar como ferramenta direta de rentabilidade, alinhando experiência de compra, eficiência operacional e desempenho financeiro da categoria.

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